O que é Flutter?

Flutter é um framework de código aberto desenvolvido pelo Google para criar aplicativos nativos para dispositivos móveis, web e desktop a partir de uma única base de código. Ele utiliza a linguagem de programação Dart e é conhecido por oferecer um desenvolvimento rápido e eficiente, além de proporcionar uma experiência de usuário suave e consistente em diferentes plataformas. É uma ótima escolha para desenvolvedores que desejam criar aplicativos multiplataforma sem comprometer a qualidade ou o desempenho. 

Permite o desenvolvimento cross-platform por meio de sua arquitetura e abordagem de renderização, alguns dos principais elementos que contribuem para a capacidade cross-platform são:

  • Widget-based UI: utilização de widgets como blocos de construção para a interface do usuário. Esses widgets são altamente personalizáveis e oferecem uma aparência consistente em todas as plataformas.
  • Renderização própria: com um mecanismo de renderização próprio, o que significa que não depende dos componentes de UI nativos da plataforma, sendo assim, ele desenha diretamente na tela, garantindo uma experiência consistente.
  • Código compilado para nativo:  o código Dart do Flutter é compilado para código nativo, seja para Android, iOS ou outras plataformas suportadas, resultando em um desempenho próximo ao de aplicativos nativos.
  • APIs nativas e plugins:  permite o acesso a APIs nativas por meio de canais, facilitando a integração de funcionalidades específicas da plataforma, além disso, existem plugins que simplificam a interação com recursos nativos.
  • Hot Reload: este recurso permite que os desenvolvedores vejam as alterações instantaneamente, facilitando o desenvolvimento e teste rápidos em várias plataformas.

Esses elementos combinados permitem que os desenvolvedores criem aplicativos com uma única base de código que podem ser implantados em diferentes sistemas operacionais, proporcionando uma experiência de usuário consistente em todas as plataformas suportadas.

Qual a origem do Flutter?

Criado em 2015 tinha “Sky” como codinome durante seu desenvolvimento. O nome “Flutter” foi revelado quando o projeto foi apresentado ao público durante a conferência Google I/O em 2017. Desde então, o Flutter ganhou popularidade como um framework de desenvolvimento multiplataforma.

O Flutter é parte do esforço mais amplo do Google para fornecer ferramentas e tecnologias que simplificam o desenvolvimento de aplicativos, promovendo a eficiência e a coesão entre diferentes plataformas.

Possui uma frequência regular de atualizações, com novas versões sendo lançadas a cada poucos meses. As atualizações geralmente trazem melhorias, correções de bugs, novos recursos e suporte aprimorado para plataformas específicas. A equipe de desenvolvimento do Flutter, composta pelo Google, trabalha continuamente para manter o framework atualizado e atender às necessidades da comunidade de desenvolvedores.

É uma boa prática ficar de olho no canal oficial do Flutter no GitHub e em comunicados oficiais para estar ciente das últimas atualizações e versões. Isso ajuda os desenvolvedores a aproveitarem as melhorias mais recentes e a manterem seus aplicativos atualizados com as versões mais recentes do framework.

Concorrentes

Existem várias outras ferramentas e frameworks que competem com o Flutter no espaço de desenvolvimento cross-platform. Alguns dos concorrentes mais conhecidos são:

  • React Native: desenvolvido pelo Facebook, permite o desenvolvimento de aplicativos usando JavaScript e React. Ele é amplamente utilizado e tem uma comunidade ativa.
  • Xamarin: foi adquirido pela Microsoft, permite o desenvolvimento cross-platform usando a linguagem C# e a plataforma .NET. Ele oferece integração estreita com as ferramentas da Microsoft.
  • NativeScript: é baseado em JavaScript e TypeScript, permite o desenvolvimento de aplicativos nativos usando tecnologias da web. Ele oferece acesso direto às APIs nativas.
  • Ionic: é um framework que utiliza HTML, CSS e JavaScript para o desenvolvimento de aplicativos móveis, sendo baseado no Angular é conhecido por criar aplicativos com uma aparência nativa usando tecnologias da web.
  • PhoneGap / Apache Cordova: essas plataformas permitem o desenvolvimento de aplicativos usando HTML, CSS e JavaScript, embora o desempenho possa ser diferente em comparação com aplicativos nativos.

Cada um desses frameworks tem suas próprias vantagens e desvantagens, e a escolha entre eles muitas vezes depende das preferências do desenvolvedor, dos requisitos do projeto e das habilidades da equipe. O Flutter se destaca pela sua abordagem de renderização própria, desempenho próximo ao nativo e suporte a uma única base de código para várias plataformas.

A linguagem por trás do Flutter

O Dart é a linguagem de programação desenvolvida pelo Google. Ela é projetada para ser eficiente, orientada a objetos, e oferece um ambiente de desenvolvimento moderno. É usado em várias aplicações, mas ganhou destaque principalmente como a linguagem de programação principal para o desenvolvimento de aplicativos usando o framework Flutter.

Suas principais características são:

  • Tipagem Estática: isso significa que os tipos de variáveis são conhecidos em tempo de compilação. Isso pode ajudar a detectar erros mais cedo no processo de desenvolvimento.
  • Garbage Collection:  possui um coletor de lixo, o que significa que os desenvolvedores não precisam gerenciar manualmente a alocação e desalocação de memória.
  • Orientação a Objetos: é uma linguagem orientada a objetos, isso significa que ela segue os princípios de encapsulamento, herança e polimorfismo.
  • Assíncrono: oferece suporte nativo a programação assíncrona, muito útil para operações que não bloqueiam o fluxo principal do programa, como operações de E/S.
  • Dart VM e Compilação para JavaScript: pode ser executado na Máquina Virtual Dart (Dart VM) ou compilado para JavaScript, permitindo sua execução em diferentes ambientes.
  • O Null Safety (Segurança contra Nulos): essa característica tem como objetivo tornar o código mais seguro em relação a valores nulos (null), minimizando erros comuns associados a referências nulas. Antes da introdução do Null Safety, o Dart permitia que variáveis aceitassem valores nulos por padrão, o que podia levar a erros de tempo de execução relacionados a referências nulas. Com o Null Safety, o Dart introduziu um sistema de tipos mais robusto para evitar que valores nulos causem exceções inesperadas.
  • Suporte a Flutter: é a linguagem principal para o desenvolvimento de aplicativos com o framework Flutter. A combinação de Dart e Flutter oferece uma experiência eficiente para criar aplicativos multiplataforma.

O uso do Dart no Flutter contribui para a performance e eficiência do framework, a linguagem continua a evoluir com as atualizações e melhorias feitas pela equipe de desenvolvimento do Google.

Conceitos do Flutter

O Flutter é baseado em vários conceitos-chave que o tornam um framework eficiente e poderoso para o desenvolvimento de aplicativos multiplataforma. Alguns conceitos fundamentais que merecem destaque são:

  • Widget: são os blocos de construção fundamentais no Flutter. Tudo no Flutter é um widget, desde elementos simples como texto até layouts complexos. Os widgets são combinados para criar a interface do usuário.
  • Árvore de Widgets: os widgets são organizados em uma hierarquia de árvore. Essa árvore representa a estrutura da interface do usuário, com widgets pais e filhos. Alterações em um widget pai podem afetar seus widgets filhos na árvore.
  • StatelessWidget e StatefulWidget: os widgets podem ser stateless (sem estado) ou stateful (com estado). Os stateless widgets são imutáveis, enquanto os stateful widgets podem armazenar e atualizar estado ao longo do tempo.
  • Material Design e Cupertino: oferece suporte aos estilos de design Material (para aplicativos Android) e Cupertino (para aplicativos iOS). Isso permite que os aplicativos mantenham uma aparência nativa em diferentes plataformas.
  • Layouts: fornece uma variedade de layouts para organizar widgets na interface do usuário, como linhas, colunas, grades e caixas de empilhamento.
  • Gestos e Interações: inclui suporte integrado para gestos e interações do usuário, facilitando a implementação de funcionalidades como toques, gestos de arrastar e soltar, etc.
  • Theming e Estilos: permite a personalização da aparência do aplicativo por meio de temas e estilos, garantindo uma experiência visual consistente.
  • Plataform Channels: os canais de plataforma permitem a comunicação entre o código Dart do Flutter e APIs nativas das plataformas (Android, iOS), facilitando a integração com funcionalidades específicas da plataforma.
  • Packages e Plugins: possui um ecossistema rico de pacotes (packages) e plugins que facilitam a integração de funcionalidades adicionais e a reutilização de código.

Esses conceitos são essenciais para compreender a estrutura e o funcionamento do Flutter e proporcionam uma base sólida para o desenvolvimento de aplicativos multiplataforma.

Arquitetura do Flutter

O Flutter não impõe uma arquitetura específica, permitindo flexibilidade para que os desenvolvedores escolham a arquitetura que melhor se adapte às suas necessidades. No entanto, muitos desenvolvedores optam por seguir padrões de arquitetura de software para manter seus aplicativos bem estruturados, escaláveis e fáceis de manter.

Alguns padrões de arquitetura comumente usados com o Flutter incluem:

  • Arquitetura MVC (Model-View-Controller): divide o aplicativo em três componentes principais: Model (lógica de negócios e dados), View (interface do usuário) e Controller (gerencia a interação entre Model e View). Embora seja uma arquitetura clássica, nem sempre é a escolha mais popular para desenvolvimento Flutter.
  • Bloc Pattern: é um padrão de gerenciamento de estado que separa a lógica de negócios da interface do usuário. Ele envolve Streams e Sink para gerenciar o fluxo de dados no aplicativo, facilitando a reatividade e a atualização da interface do usuário em resposta a mudanças de estado.
  • Provider Pattern: o Provider é um padrão de gerenciamento de estado mais simples que oferece uma solução leve para o compartilhamento de estado entre widgets. É especialmente popular quando se trabalha com aplicações menores ou quando a complexidade do Bloc Pattern não é necessária.
  • GetX: é um pacote Flutter que oferece um gerenciamento de estado reativo e um sistema de navegação simples, inspirado em algumas ideias do Vue.js. Ele é conhecido por sua simplicidade e desempenho.
  • Arquitetura Clean (Clean Architecture): essa abordagem divide o aplicativo em camadas, como Entidades, Casos de Uso, Interface do Usuário, etc., proporcionando uma separação clara de responsabilidades e facilitando os testes.
  • MVVM (Model-View-ViewModel): similar ao MVC, o MVVM separa o aplicativo em Model (lógica de negócios e dados), View (interface do usuário) e ViewModel (responsável por expor métodos e comandos para a View). É uma abordagem mais moderna e escalável.

Importante salientar, que a escolha da arquitetura pode depender das preferências da equipe de desenvolvimento, das necessidades do projeto e do tamanho do aplicativo. O Flutter é flexível o suficiente para acomodar várias abordagens de arquitetura.

O Flutter na Benner

Com a criação da Guilda de Mobile, envolvendo de membros de vários times, discussões foram feitas, sendo que o time do ERP já possuía um app no mercado usando Flutter. Além disso, a opção pelo desenvolvimento interno sem uso de empresa terceirizada foi outra escolha, visando o conhecimento ser mantido na Benner.

Somado a tudo isso, o fato do Flutter ser open source, o que possui a vantagem de não possuir custo, faz com que o Flutter seja a escolha da plataforma para o desenvolvimento interno.

Para saber mais

Temos várias documentações sugeridas:

Além disso, o Fabiano Borges juntamente com o Bruno Gabriel Curbani de Mello gravaram um BE.TECH falando sobre o assunto, confira:

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Danton Cavalcanti Franco Junior

#TimeTec

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